M26

Misantropia

M26


Suspira a alma cansada, derradeira
Que clama por trégua e sofre em vão

Ouça o caos rastejante
Que clama além das estrelas
Sob o mato da noite
Além das esferas do tempo

Por entre as brumas da noite
Ele ascenderá renascendo
Em toda sua força imutável
Irrompendo do caos adormecido
Trazendo à tona a fraqueza
Revelando este estreito caminho
Por onde todas as sombras esgueiram-se
Murmurando seus mórbidos cânticos
Cheios de angústia e dor e lamentos vis

Tens nas agruras da vida infindo tormento
Pois nas areias do tempo erigiste teu ser
Temes da afiada ceifa o gume sangrento
E traz estampadas na face tristeza e dor
E quando no outono frio sopram os ventos
Atrozes lamentos ecoam fugazes ante teu fim
Ante teu fim

O cálido e doce beijo mortal sufoca a consciência
Acordava o fraco e fútil ser a continuar
Escondendo-se na escuridão
Na ignorância, incapaz de mudar a própria sorte
Entrega-se a esta misantropia

Eis que se ouve então o último suspiro
Que revela o cansaço desta alma tão sofrida
Foram tantas ilusões, pecados e mentiras
Tantas vezes percebia o que por certo lhe aguardava
Então frente a frente com sua verdadeira sina, entrega-se
Sem mais lutar

Cookie Consent

This website uses cookies or similar technologies, to enhance your browsing experience and provide personalized recommendations. By continuing to use our website, you agree to our Privacy Policy