Em 1948 nascia uma mulher de fibra, guerreira Mesmo com as dificuldades, ela subia e descia as ladeiras Determinada, vaidosa, em Minas nascia uma rosa Vou te falar que eu queria alguém pra me ouvir Quem me escutava não está mais aqui Se eu pudesse voltar, eu faria assim Eu jamais ia fazê-la sentir preocupações sem dormir Esperando eu chegar, saindo a noite pra me encontrar Só por Deus, que falta que ela faz Por mais que o tempo passa, eu não esqueço jamais O cheiro recorda, na manhã de pé O cigarro na mão, preparando café Mãe seu ensinamento me equilibrou Sua atenção foi em dobro, aliviou meu choro e levou a tristeza Na vitória admirou com franqueza A certeza é que eu sinto o calor dos seus braços Em meus sonhos, eu te pergunto o que faço? Ela partiu, partiu, e nunca mais voltou Não voltou não, não voltou não O mãe não faz isso comigo não, nesta situação É difícil suportar a dor, a solidão que engole meu peito Amor senti, sempre quando lembrar de você, fico contente Em ver seu olhar, em Morato ou no Carumbé Andando pelas ruas feliz, a vida é Numa janela a imagem, o grito que me chama Escuto sua voz, dizendo que me ama Quero sentir seu carinho, ver seu sorriso Me dá a sua mão que eu preciso, atravessar A solidão sem cair, e resistir a saudade que está aqui Fortalece os seus conselhos, erga a cabeça, se for dobre o joelho É só orgulho de Ti, que me ensinou a caminhar E respeitar os limites e saber esperar a hora certa pra poder contracenar Quando tiver medo rezar, me mostrou o segredo pra enfrentar a realidade do lugar Se o tempo voltasse, eu só queria te falar Eu te amo e não ia cansar, amor de mãe não dá para explicar Ela partiu, partiu, e nunca mais voltou Não voltou não, não voltou não Na quarta você veio me visitar, sentada no sofá, nem pra imaginar No olhar de feliz com o Marquinhos Que pegou o aparelho, ia ouvir direitinho Era um sonho seu Mãe, proteja seu ninho O coração suportou quietinho A angustia, a saudades do seu filho em outra cidade Marcia, Marcos, Marcio, Marçal, Eliane, Marcel e eu O natal não vai ser mais o mesmo sem o seu jantar na mesa Oração, vela acesa, presente surpresa Neto era chamego na sua vida, Vó coruja Dona Cida Vai bate coração, bate de devagarzinho Não para agora não, aguenta mais um pouquinho Esse é meu pedido, pedido perdido Não me ouvem, fui esquecido, aceitar sua perda é impossível Não sei o que sinto mão sei que é horrível 15 de Junho, domingo, eu ainda escuto Meu sobrinho me ligou e não tinha assunto Gaguejando ele disse que você partiu, naquele momento meu mundo caiu Ela partiu, partiu, e nunca mais voltou Não voltou não, não voltou não