Sou um cara raro Sempre calmo, mas não paro. Nunca durmo, não apavoro Que sabe dizer "Te adoro" Que sabe dizer " Te amo" Se for o caso, mas não minto Faço bom uso do pinto Mas posso só dar carinho Admiro o teu caminho Ajudo no que der Sou educado, amo arte oriudo da ralé ... Pois é, eu falo e ouço na mesma proporção R E S P E I T O é meu refrão Sou um cara raro Cuido de tudo que me é caro Meus discos, meus amigos, meu time, mais minha mulher. Tem muito mais valor, tanto quanto minha fé Me deito aos pés de uma rainha analfabeta Nunca entro em treta Ando sempre em linha reta As curvas são da estrada O que eu faço é acompanhar Vou na frente com a espada Não deixo a linha emaranhar Choro o mar, encho a cara Só que isso é coisa rara Sempre sara Peço colo pra Iáiá Nada como comer Nada como cozinhar Uso salsinha, majerona, coentro e alecrim Se eu começo uma coisa, eu vou sempre até o fim Vem pra mim, que eu sou o cara Que te ofertará com mel, camafeu, pena de arara Te acompanha na calçada, Pela mata fechada, Sem viver de aparência, Sem viver de fachada Vem pra mim, que eu sou tão raro Mesmo com o alvo bem longe Uma flecha eu disparo Quase nunca é em vão Mas se for, paciência Só não quero ninguém botando a mão na minha essência Eu sou o cara... Sim, é meia - noite, a lua é cheia Eu já vou deixar minha aldeia Vou cruzar uma montanha Sangue nobre na minha veia Na algibeira levo pó, levo pedra E vou só Meu barrado se arrasta, minhas tranças tão em nó Três caminhos a minha frente E uma cinza ainda tá quente Desse lado é mais escuro No outro só vejo os dentes dele Não vejo pele, só ouço a voz " tó..." Seu punhal é de cobre Seu escudo é de zinco A lança é feita de bronze Vá antes que se atrase Então sigo viagem, por uma estreita margem Quase tudo é pantanoso Todo fruto é venenoso Daqui já avisto tendas onde matarei minha sede, minha fome E contigo deitarei em uma rede Só não sei se é nessa vida...