Um verbo pousa na língua Na claridade do dia Se estende atrás dos meus olhos Uma cortina de imagens O seu corpo nesse filme flutua A muitas quadras de casa A bela lustra suas asas Aspira todo concreto De seu tapete que voa E se manda para o céu de lisboa Na língua pousa outro verbo Que a natureza conjuga Rugas assaltam meu rosto Sonhar é o meu patrimônio Que um dia eu deixarei pro meu filho Havia tantos caminhos Numa floresta de rimas Um verbo enfim fora achado Caído fora do ninho E a contração no ventre da musa