Eu desde pequeninho Trabaiava lado a lado Com meu véio pai Carpinteiro afamado E quando eu fiquei home Por não tê nada guardado Reneguei aquele ofício Que com tanto sacrifício Ele havia me ensinado” Meu pai, o senhor devia Mandar eu ter estudado Pra ser doutor ou engenheiro Hoje eu seria afamado Com o dinheiro e a glória Pro mundo eu tinha viajado E sendo um carpinteiro Não passo de um desgraçado Com os zóio cheio d’água Meu véio pai me falô Nosso pão de cada dia Inda pra nós não fartô Sempre tivemo agasaio Quando o inverno chegô E sempre demo esmola A quem dela precisô Que vale isso, meu pai Se nós não sabe o que é bão Hoje o dinheiro é quem manda Em todas as repartição E até sinto vergonha Por eu não ter instrução Quando pego uma caneta Me dói os calo da mão Meu filho, a maior riqueza Não é na terra que tem E o poderoso dinheiro Não compra um home de bem O teu sagrado ofício, meu fio Não envergonha ninguém Jesus, o filho de Deus Foi carpinteiro também Depois do sábio canseio Eu vi na luz da verdade Que todo ofício é bão Vivendo na honestidade Hoje sou home feliz Não penso mais em vaidade O que aprendi com meu pai Levarei pra eternidade