Depois que a noite finda Some a luz dos vagalume A barra do dia aos pouco Clareia todo o negrume E um galo empoleirado Bem no arto de uma tapume Bate as asas, estufa o peito Pra cantar em arto volume Quando o Sol lá na serra Espia do arto do cume O orvalho vai secando E a folhagem sente ciúme Fumaça sobe do prédio Sortando seu azedume E a passarada canta Cada qual com seu queixume Antes dos raios de Sol Seca tudo com seu lume Mulherada vai pra horta Pra mó de apanhá legume Pescador desce pro rio Onde tem peixes ao cardume Põe os porco no chiqueiro Como é de seu costume As abelha vão voando Em arvoroço todas une E pousando em todas flor Mó de levar seus perfume Na estradinha empoeirada Gemendo triste queixume Um carro com oito boi Leva coro pro curtume Quando o cenário muda Fica tudo uma tristeza O Sol some com seus raio Do palco da natureza O vento soprando bate A porteira com crueza O gado muge assustado Late um cão na redondeza O vento derruba os ninho Pia as ave sem defesa A poeira se alevanta E avermelha a natureza Nuvem se ajunta nos ares Escurece as redondeza Os cavalo rincha aflito E galopa na certeza A cigarra já não canta Fica muda de tristeza Berra os cabrito assustado Dando sarto com destreza Os trovão na imensidade Ronca feio com rudeza E desaba tempestade No rugido de brabeza As faísca corta o céu Rabiscando mil proeza O rio de águas barrenta Arrasta o galho a correnteza Isso tudo é o cenário Em toda sua grandeza De minha querida terra Que eu escrevi com clareza