Nada é mais importante Do que o som da sua voz No meu ouvido No meio da madrugada Silenciosa deste bairro Calado, modesto, frio Nada é mais vital, imoral Apaixonadamente cego Do que seu gemido Grave, sincero Quando te beijo o sexo E vivo no seu umbigo Não há caminho certo Não futuro nem destino Só a gente gastando o tempo E o lençol de linho No limo da memória No máximo dos poros Na métrica das pausas No átimo do gozo Na música dos corpos No quântico das horas Na contemplação total Dos corpos Você sobre mim e eu, além de mim, em você Em Você Em você