Mira De longe o caipira Assustado, vira A sombra do Pirata do traíra Navio da Costa do sul da bahia Buscando cacau Pra trocar por sal Cilada de gringo Macaco se manca Salta da levada da maré Sobra Tocaia de ”santa” Veneno de cobra Faca que mais corta é língua de mulher E quando Tenta Se não sabe Inventa Uma cantoria Se come de noite Não come de dia Cadê liberdade Inda que tardia Se lembra do Espaço em movimento circular Vai tudo pro mesmo lugar Tudo fica à esmo Na órbita densa da ilusão Então Para o homem Tudo era pó No pó Tudo se resumia A fé do povo Ao pó se reduzia E o pó se respirava A fome era cruz carregada Nos ombros pisados Das grandes Minorias A sorte Era tirada no escuro A morte era jurada de dia E na hora do pesadelo profundo Ela se regozijava Enquanto sua peça de xadrez movia