Lá vem Natalício Perdomo no seu Mouro destapado E um Ovelheiro do lado costeando a franja do pala Será que andou de cismado numa bailanta argentina Com alguma correntina de pêlo amorenado? Ou uma milonga campeira mesclada com uma carreira Lhe pealou pelo sombreado de um capão de pitangueira? Só sei que suas razões de andejar nos domingos São as mesmas desses índios que habitam os galpões? Que fazem as solidões se multiplicarem nos cascos De um Mouro Negro ou Picaço pra os olhos de alguma china? Que fazem as solidões se multiplicarem nos cascos De um Mouro Negro ou Picaço pra os olhos de alguma china? Não é só a geografia deste meu povo de campo Mas, também, fisionomia de quem tem seu próprio canto E alimenta suas raízes com jujos da própria alma Filosofias de calma, paciência de acalanto Este meu povo de campo de geratrizes antigas Mistura de pulperia, ternura mansa de rancho Tem memoriais escondidos nas dobraduras do arreio E andar dos pastoreios esparramando cultura Que fazem as solidões se multiplicarem nos cascos De um Mouro Negro ou Picaço pra os olhos de alguma china? Que fazem as solidões se multiplicarem nos cascos De um Mouro Negro ou Picaço pra os olhos de alguma china?