Em meio aos impropérios da lapa morena, Existia uma dama que roubava a cena. Amélia era o seu nome de guerra ou de paz, Seu sobrenome, dos prazeres. Nada mais! Amélia que não tinha a menor vaidade, Por isso não fazia qualquer exigência, Deixava o seu cliente bastante à vontade Nas coisas que só praticava por sobrevivência. Amélia que não tinha o menor preconceito Com pobre, com velho, doente ou com gente de cor. Tratava o ser humano com todo respeito, Cobrava preço alto, mas tinha valor!!! Amélia que não era mulher de verdade Morreu com três tiros no peito, Mas que crueldade!! Amélia que não era mulher de verdade. Os bofes já andam dizendo Meu Deus, que saudade!!! Amélia que não era mulher de verdade, A fama que ela obteve correu a cidade. Amélia que não era mulher de verdade Serviu de consolo até mesmo para autoridade. Amélia que não era mulher de verdade Partiu e deixou infeliz tanta celebridade. Amélia que não era mulher de verdade, No céu, hoje os anjos disputam sua boa vontade.