Por mais de quarenta anos nas estradas eu andei Puxando gado pro corte no estribo eu era o rei Saindo das terras baixas e cruzando o ribeirão De ponteiro sempre à frente com o berrante na mão Eu tinha meus companheiros, capataz de bom preparo Pegavam mestiço à unha se fizesse necessário Não tinham medo de nada enfrentavam o perigo No sol, na chuva e no vento sempre estavam comigo (Refrão) Vai boiadeiro vai riscando esse sertão Tocando forte o berrante esquecendo a solidão Vai boiadeiro vai riscando esse sertão Tocando boiada em frente com Deus pai no coração. As histórias que eu contava ao entardecer lá no sertão Ao redor de uma fogueira escutavam com atenção Tão logo banhava o rosto pranto forte de emoção Pra rebater a tristeza a tira colo o chimarrão A mulher e os filhinhos sempre em casa a me esperar Quando a boiada era entregue eu só pensava em voltar Riscava o estradão ligeiro fazendo poeira no ar Pra no calor dos braços dela novamente descansar.