Minha-nossa gente, tanta gente Passa, em meio a meio se divide Traz na testa os traços do seu tempo As correntes são dormentes Prendem germes das sementes Minha-nossa gente, quanta gente Que trabalha a terra do seu túmulo Faz da vida um ponto em seu futuro Traz na alma a inocência Pede a Deus por mais clemência Acorda o cordão, mutirão - Lamparina ilumina Ara a terra, a tarefa - O sol da manhã Chama os bois, a boiada Os filhos, meu camarada - De pé no chão Minha-nossa gente, santa gente Sempre sobra um pouco de esperança É chegada a hora da vingança Hoje o dia é madrugada Corre o tempo em disparada Acorda o cordão, mutirão - Lamparina ilumina Ara a terra, a tarefa - O sol da manhã Chama os bois, a boiada Os filhos, meu camarada - De pé no chão Levanta o concreto, objeto Essa sina, assassina Mata o mundo, o absurdo A fome - e o pão?! Passam os carros, a boiada Os filhos, meu camarada De pé no chão.