Eu sou gaúcho de berço Que já trouxe por destino Porém fiquei atrasado Por falta de mais ensino E agora depois de velho Eu mostro quem é Justino Quem é poeta de berço Nunca sai fora da linha Sendo mais cedo ou mais tarde Ele mostra o que tinha Inda mais se é devoto Da virgem mãe e rainha Eu não quero me gabar Mas eu digo o que sei Eu não sou menos gaúcho Só porque pobre me criei Apesar de tudo isso Alguma prova eu já dei Eu carreteei quinze anos Muitos tambeiro domei Quando parei com essa lida Em outra eu já peguei Comecei a domar potro E bem domado entreguei Eu faço de tudo um pouco Destas obras mais grosseiras Se é preciso eu laço No campo ou na mangueira Sou brasileiro de fato Da minha pátria brasileira Sou gaúcho brasileiro E honro o meu torrão Este torrão castilhense Aonde da gaúcho bom Que traz o seu nome Júlio Com a marca de São João