Eu não tenho canto altivo A centauros legendários Canto o homem do povo E seu viver tão precário. Não canto garbosas pilchas Mas camisas remendadas O santinho no pescoço E nos ombros uma enxada. Gente de roça e lavoura Alegria frágil, tola Meninos de beira de estradas Vendendo melão e cebola. Elas levam sobre o ventre As pesadas melancias Tiram leite, colhem fumo São miguelinas, marias, Sentados nos calcanhares Esperam uma condução Triste destino de espera A chuva, a nova estação.