Luisa Rocha

Pó e Nada

Luisa Rocha


Apenas sei que vives na distância
Que a vida nos separa e nos resiste
Cada manhã que chega é uma infância
Mas quando a noite cai, velhice triste

Dizem que a esperança serve de alimento
Sossega a alma, consola a razão
Mas toda a esperança morre num lamento
Quando de ti se lembra o coração

Não foi Deus quem criou a minha sorte
Fui eu quem fiz sem medo meu destino
Caminhar devagar e até à morte
Rumo ao teu rosto como um peregrino

Talvez esta demanda seja em vão
Talvez devesse olhar pra outra estrada
Mas ai de quem renega o coração
Sem a paixão a vida é pó e nada