Reconhecer o perigo Reconhecer o mal Não há pior instinto É como ser um cristal Adivinhar um beijo De um olhar sedutor As coisas que antevejo Trespassam-me de temor Acendem-se os sinais Repetem-se os avisos Um ou dois passos mais Ou só mais alguns sorrisos Enquanto o nevoeiro É cada vez mais denso Entre o que ainda não disse E o que se calhar não penso O que vai ser juro que vi Sair aquela porta e nem sequer se despedir O que vai ser juro que ouvi Dizer que este momento nunca passa além daqui O Sol á meia-noite Cega mais que de dia Só quem nele se queima É que sabe da agonia Que vem assim de dentro r tão fria Como um surdo lamento Como uma maré vazia E se deixasse cair os braços Ou lança-los em redor de ti E se deixasse enganar a alma E fosse o abismo que já previ