Luis Represas

Ao Fim ao Cabo

Luis Represas


Ao fim ao cabo a Lua 
Já nos pareceu mais clara, 
Porque antes em redor 
A noite era negro carregada! 
E como se fosse luz 
Ao fundo do túnel prometida 
Avançamos sem medo 
E com vontade! 

Se os passos eram longos 
Outros mais longos fomos dar 
Até que outros mais longos 
Fossem possíveis de alcançar 
Pois passo atrás de passo 
Também os rios vão dar ao mar 
Seguros de que não podem regressar. 

Vai 
Sem desistir de procurar 
Ver 
Se os trilhos ainda estão marcados 
Vai reviver as estradas velhas 
E apontar o rumo de outras novas estradas 

Desapareceram vidas 
E companhias costumeiras 
Algumas por trocarem por companhias derradeiras 
Mas mesmo assim persistem apresentadas nas fileiras 
Guardando o cofre das recordações. 

E dia a dia o tempo 
Se desintegra e se recria, 
E as horas para trás 
Chamam-se noite ou gritam dia. 
O Galo não se importa 
Com o despertar da Cotovia- 
Afinal, é livre de dizer Bom Dia!