Goteja lá das estrelas Com um assento guaranyetê O mel que adoça um pouco A tristeza índia do chamamé Do olhar manso do cacique Vendo o último tapé Pingou a angústia sangüínea Que anda nas veias do chamamé Ficou enredado aqui dentro O pio tristonho de uma irerê E um gosto de fruta agreste Do céu da boca do chamamé Olor de touros e pumas Cordeona hoje eu sei porque Tu tens um cheiro de malva E de flor do campo do chamamé Às vezes quieto e solito Olho esta terra tupamba´é E a mágoa que turva os olhos Sai pelos dedos num chamamé Canção dos ranchos posteiros Será sempre o meu payê Se até o vento maleva Quando assobia é um chamamé Por isso eu canto sempre Com esta prosódea aváñe´é E o grito de quem não grita É o sapucay do meu chamamé Olor de touros e pumas Cordeona hoje eu sei porque Tu tens um cheiro de malva E de flor do campo do chamamé Que o grande tupã me guarde Com este entono imaguaré Que eu tenho a sina costeira De pés descalços sem cachapé Tocando mi m´baracá E embalando este sonho añe Vou morrer crucificado De gaita aberta num chamamé!