Quando o fio do arado Em unhas garras de fera Cala o silêncio da terra Ferindo o lombo moreno Só o bálsamo sereno Acaricia em lamento Como banhasse de ungüento Aquebrantando venenos Quando os cascos pisoteiam As vergas que aninha o grão Levantam firmes do chão As leivas dos “pajonais” Dentre as crinas dos juncais Que não se tosa a tesoura Assim pendoam vassouras Tingindo os macegais Silêncios de um tempo Que o mundo era campo E as cercas de grampo Não viam lindeiros A terra um canteiro Sem dono nem lei Sem trono nem rei Um vasto potreiro E as “cruz” que te plantam -paus ferros de luto- Esta sim não da fruto Nem emboneca o pendão De flor e perdão De luz e partida A terra é guarida O último galpão