Fronteira grande faz a história dos dois lados Um só legado recontado em dois idiomas O mesmo timbre a maestria de campeiro Firmando arreio em gineteadas e domas O que separa o que é de cá do outro lado É o fio bordado no lombo de algum lobuno Um paysandu apresilhado só na ponta Pra esses pilontras desenganados do mundo Um paysandu apresilhado só na ponta Pra esses pilontras desenganados do mundo Garrão de potro nazarena bem ferrada Rédea ponteada, estribo bueno correntino O encerado do chinchão chega e se abraça Firme a tarraxa o granito de algum malino Deste pontão, onde o dialeto se mistura Essência bugra de uma estirpe abagualada Sangue cruzado e é certo que seja isso Que um fronteiriço nunca refugue bolada Sangue cruzado e é certo que seja isso Que um fronteiriço jamais refugue bolada Largar surrando na fronteira é um mandamento Firmar no tento é a garantia adolada Assim se faz cá no meu pago macanudo Findando o mundo onde o minuano tem morada Afroxa a corda, boa viagem vão simbora Tinir de espora e a cantiga do cincerro São duas pátrias dividindo um só destino Meu chão sulino sagrado torrão fronteiro São duas pátrias dividindo um só destino Meu chão sulino sagrado torrão fronteiro E que o acaso livre o couro do paysano O desengano traga o manto da clemência A virgem santa que protege campo a fora Nossa senhora não tem pátria nem querência Deste pontão, onde o dialeto se mistura Essência bugra de uma estirpe abagualada Sangue cruzado e é certo que seja isso Que um fronteiriço nunca refugue bolada Sangue cruzado e é certo que seja isso Que um fronteiriço jamais refugue bolada