Me desculpe Amarante, não tome por desaforo Quase vendi o Mouro, pingaço meu companheiro A cousa fica braba, quando falta os municio Assim me domina o vício, me desculpe Don pulpero A changa ta escassa, pra quem é peão campeiro E o costume balconero, as vez me toca por diante Por isso Don Amarante, a miséria me ataca E na falta das patacas, só o fiado me garante Então me despacha, um liso de marumbi Pois hoje aqui, a guaiaca esta vazia Certo que pago assim que arrumar uns pila pelas esquilas Daqui quinze ou vinte dias Valem as changas, só para o meu consumo Me venda um fumo, Zebú desses desfiados que as vez me gusta Pita quando tomo canha e na campanha É bom quando o tempo é vago Lhe agradeço, pois quase vendi meu Mouro Me dói no couro, só de pensar como é sei que entendes E já foste peão campeiro Sabes parceiro, como é triste andar a pé