Uma chamarra fronteira Carrega pêlo na espora De um crinudo campo a fora Torcendo canga e lonca Amarelando tutano De um brotado dos arreios E um basto partido ao meio No miolo que vem berrando Uma chamarra de campo Deixa as marcas desse chão E afroxa o calo das mão Cruzando o rastro de um maula Tirando cismas e balda De um sem costeio a laçasso E ajusta a volta do braço Com tudo na meia espalda Enforquilhado nesta chamarra Que vem tapada de terra e poeira Traz no seu verso alma e querência E tem na essência campo e fronteira Traz no seu verso alma e querência E tem na essência campo e fronteira Uma chamarra fronteira Traz cheiro de criolina E uma zebúa malina Pisoteando a terneirada Numa tarde requentada Brazeriada do mormaço Atordoada de agulhaços Nos dentes da cachorrada Uma chamarra de campo Traz rondas e madrugadas E a cantiga abarbarada Na garganta de um paisano Quando um ponteiro vaqueano Gruda a tropa no uruguai E desdobra um sapucay Na ponta de um contrabando