Tinha um desejo que há tempos me guiava Entre os medos, mil beijos de ostentação Às vezes “nunca mais” ou “quero muito mais” Meu vício é uma fortuna de poesia e mágoa Eu sou do gueto Dos estranhos bonitos Meu rosto é calejado Mas só me enxergam macio Não vou me entregar Ou devo me esquivar Qual é o antônimo da vida? Talvez não ter amor É ter nada Caiu teu ego no respirador Se for para rolar dessa escada Não se machuque antes de sentir a dor Nesses momentos de se indignar É que a gente mais penetra no cortejo do pensar Quero me lambuzar da sua saliva lógica Vou aprendendo sobre as horas de deixar pra lá Talvez não ter amor É ter nada Caiu teus sonhos no ventilador Se for para rolar dessa escada Não se machuque antes de sentir a dor