Ai, Mouraria da velha Rua da Palma, onde eu um dia deixei presa a minha alma, por ter passado mesmo ao meu lado certo fadista de cor morena, boca pequena e olhar troçista. Ai, Mouraria do homem do meu encanto que me mentia, mas que eu adorava tanto. Amor que o vento, como um lamento, levou consigo, mais que ainda agora a toda a hora trago comigo. Ai, Mouraria dos rouxinóis nos beirais, dos vestidos cor-de rosa, dos pregões tradicionais. Ai, Mouraria das procissões a passar, da Severa em voz saudosa, da guitarra a soluçar.