Outubro, domingo As folhas do outono caindo No exílio de um país distante e frio Me lembro que a essa hora Vem vindo Numa cidade longínqua do Brasil Vem vindo Vem vindo A essa hora sob o sol do Equador O andar, o andor, o ardor De tanta gente Na manhã quente Tão diferente desta aqui E sinto o frio Como se estivesse ao sol daí E como um hambúrguer Com gosto de tucupi E onde passas te saúdo E aplaudo e é aqui É mesmo por aqui Que eu sei que passas No asfalto negro da saudade Nas avenidas de outra cidade Eu sei que passas por aqui Eu sei que passas por aqui E vejo então que não te devo A promessa que fiz De estar aí em todo Círio E ser feliz Distante estou aqui E hoje bem sei Que não passas só em Belém Passas aqui também Passas por onde houver Um filho teu Todos os teus filhos Os crentes e os ateus Eu sei que passas por aqui E quando passas Que lindo Senhora de Nazaré Além de toda fé Toda razão Bem dentro do coração Estás em mim e fim Um sim dentro do não