Eu sou seu tempo Um canto para o seu alento Sou pranto para o sofrimento Sou chama pra te aquecer Eu sou sua hora Um prazo pra sua demora A lágrima que tanto chora E o riso que não quer morrer Sou folha que repousa ao vento O fio do seu pensamento Que desenrola o ser Sou o tempo da sua demora A paz que tanto chora Deságua no querer Eu sou o nada A luz desfeita em madrugada Neblina sobre sua calçada E que amanhece ao sol Eu sou um feixe A luz que você tanto clica Imagem feita em mãos aflitas Do que tempo que deixou de ser Eu sou todas as suas cores Todos os ardores Que moram em você Sou tudo o que desaparece Lembrança enquanto esquece O que deixou de ser De ser De ser De ser