Eu sou mulher Paraibana sapatão Criada na cidade com a cultura do sertão Desde menina pelejando ser pra existir Raízes firmes e fortes que não me deixam cair Mulher guerreira, rendeira Peleja, bruxa, benzedeira filha de Ester Maria Otilia Silva sertaneja é o feminino cangaço Moendo milho pra comer é a minha história Que não pode se perder Eu não vou mais recuar Qualquer um é o meu lugar É mulher forte e de valor E tanto faz a sua cor mulher coragem Não arreda bate o pé e só caleja Mainha de catolé e vó do sítio do imburana E já vem nascendo luana flores de mandacaru Como guerreira de lança com a capa de aço Chegou o cangaço pra ocupar Chegou o cangaço pra ocupar Eu não vou mais recuar Qualquer um é o meu lugar A violência transborda o sangue que é da gente Nem sempre a mulher acorda pra fazer diferente Mas é preciso viver no todo pra saber Que a luta não é em vão sempre existe saída A cada mulher caída outras dez levantarão