Os desejos que se imprimem Em meus versos surreais Quando o tempo rompe o hímen Quando o barco volta ao cais Outra vez eu me estremeço Como o Cristo aos pés da cruz Lacrimosos olhos nus Nosso eterno recomeço Coração um tanto enfermo Segue a esmo sem um norte Ao chegar ao meio termo Viajou sem passaporte Pela estrada o Sol a pino Peregrino em Ramadã A canção se torna vã Como é vão o desatino Eis-me aqui frente ao reflexo Que contempla uma outra face Sentimento desconexo É o amor eterno impasse Vida passa, corre o rio Nos meandros da loucura Nossos sonhos por um fio Teu retrato na moldura Coração um tanto enfermo Segue a esmo sem um norte Ao chegar ao meio termo Viajou sem passaporte Pela estrada o Sol a pino Peregrino em Ramadã A canção se torna vã Como é vão o desatino