Naquela tarde de outubro, quando o fogo levantô Lá na mata do pau d’álho no sertão do viradô Conforme o vento batia as labareda aumentô Distância de muitas léguas, todo o céu avermeiô No outro lado da mata, um caboclo ali morava Vendo o fogo aproximando, o seu filhinho chorava Aquele sertão bravio em cinza se transformava Prá queimar o seu ranchinho poucos minutos restava E naquele desespero uma vela ele acendeu Caiu de joelho e rezô, logo o trovão respondeu Era a voz da natureza que o seu pedido atendeu O céu se cobriu de nuvem na mesma hora choveu O caboclo ajoelhado do lugar não levantô Vendo a chuva que caia milagre que Deus mandô Naquele sertão em brasa chuva com fogo lutô Cem metros longe de casa foi onde o fogo apagô O caboclo por promessa uma capela levantô Provando o poder da fé todo aqueles moradô Quando chega o mês de outubro com as novenas levam flor Na capela do milagre do sertão do viradô