Quando eu morava na roça Muitas coisa acontecia Umas me dava tristeza Outras me dava alegria Eu tinha um cachorro preto Que chamava Ventania Ele me acompanhava Por todo lugar que eu ia Onde existia o perigo O meu cachorro amigo Era quem me defendia Eu me levantava cedo Logo que amanhecia Ele vinha me encontrar Pulava quando me via E no caminho da roça Tão contente me seguia Quando eu chamava seu nome Depressa me atendia Aquele guarda valente Se aproximava contente Parece que até sorria Eu fiz uma plantação Num ano que não chovia O que eu colhi não deu Pra pagar o que eu devia Tão triste eu vim pra cidade Lugar que eu nem conhecia Deixando tudo que eu tinha Muito triste eu saía Fui depressa pra estação Deixando o querido cão Que tão tranquilo dormia Mas eu tive uma surpresa Na hora que o trem partia Nessa hora em minha mente Alguma coisa dizia Que eu olhasse pela janela Só assim me despedia Do meu grande companheiro Que atrás do trem corria Voltou pra casa cansado Latindo desesperado Na distância se perdia Alguns dias se passaram Minha mãe me escrevia Dizendo que o cachorro Nem passeava e nem latia Não dormia como antes E nem a ração comia Numa tarde de domingo O coitadinho morria Estou sofrendo calado Por saber que sou culpado Pela minha covardia