Vejo o sol nascer de novo, piscando, com mal contato. Sinto saltar mais outro ovo direto para o seu prato, onde não posso chocar meu filho estalado. Enquanto preparo seu café você me quer para o jantar, dispensa guardanapo ou talher, cuidado pra não se engasgar com essa canja. Somos apenas as galinhas no outono esperando pelo verão. Vejo a fila se formando, gerando certo alarde. Todas elas seguem caminhando, buscando a liberdade. Mas eu sei o que virá depois daquela porta. Já está chegando a minha vez, só restam três e aí sou eu, mas eu não isento o freguês por não ter sido quem torceu meu pescoço...