O meu primo da cidade, Veio aqui p'ra passiá. Veio todo bunitinho, Bem do tipo "Mauricinho". E de nói já quis gozá. Foi dizendo que o caipira, Nem falá sabe direito, Mai eu fui me defendendo, E já logo fui dizendo, Falá errado num é defeito. Refrão Nói é caipira, sim ! Ocêis tem toda razão. Nói pudemo se caipira, Mai anói num é bobão ! Nói é caipira, sim ! E nói tem orguio disso. E se nói semo caipira, Ninguém tem nada com isso. 'Inda disse que aqui, Quando venta é só puera. E que lá na sua cidade, Tudo é limpo de verdade, E que lá num tem sujera. Aqui nói temo puera, Mai é só chuvê que passa. Na cidade é um sarro, A puera sai dos carro, E enche o peito de fumaça. Refrão Nói é caipira, sim . . . Depoi disse: na cidade, Tem piscina p'ra nadá. E que nói aqui do sitio, Nói num temo nada disso, Nói num tem onde banhá. Aqui nói nada no rio, Que tem pexe é um colosso. Enquanto no rio doceis, Só tem pexe japoneis, C'oceis chamam de torosso. Refrão Nói é caipira, sim . . . P'ra encerrá, foi me dizendo, O quanto eram evoluídos, Óia só, vejam voceis, Que banhero só p'ra "gay", Lá já tinham construído. Mai aqui o home é macho, As muié daqui que o diga. O "viado" é animar. "Sapatão" é p'ra carçar. "Bicha" as vei dá na barriga. Refrão Nói é caipira, sim .