Eu deixei a minha terra Quando a boiada passou E segui os boiadeiros Mamãe chorando ficou Com quinze anos de idade Eu já era domadô Eu não sabia vive Mas o mundo me ensinou Domei a mula grã-fina Perigosa e mesquinha Trabalhei com Catimbau E viajei com o Batistinha Ele sempre admirava A coragem que eu tinha Tive por mestre de lida O saudoso Ferreirinha Hoje transporto boiada Pego a empreitada bem cara A minha mula Dourada Numa lida é coisa rara Onça deita na fumaça Quando meu trinta dispara Minha capa é rio-grandense E não tem chuva que vara O meu arreio de prata Anda sempre reluzindo Minha baldrana macia Cobre o pelego argentino Toda vez que eu viajo Na estrada de Ouro Fino Eu rezo e acendo velas Na cruz daquele menino Um boiadeiro em serviço Não brinca e não descansa De Mato Grosso a Barretos Muitas léguas de distância Eu era o capataz Vinha de Porto Esperança Quando o boi Soberano Salvou aquela criança