Meu canto corta o silêncio Te traz um sol, abre um porto Arranca tua mordaça, te ressuscita se és morto Conhece a tua jornada, Te mostra o rumo e o atalho E no lombo do teu carrasco, cada acorde é um talho Meu canto reparte a terra Na conta exata do povo E se cortarem meus versos Planto palavras de novo Mas se em meu peito há cantares De águas rasas, serenas É que vou traficando amores Pra golpear minhas penas E quando alguém me procura Trazendo um medo e um cansaço Invento um catre, um abrigo Na curva do meu abraço Sorriso preso entre os dentes Viola afinada, alerta E as rimas vertendo d\'alma Iguais a veias abertas E vamos de relho, rédea e guitarra Mostrar pros reis nossa farra Cordeiros estão em festa Atropelando heróis, bufões, bandidos Pondo a história de castigo Cumprindo nossa promessa