Seu Juarez Bernardino Um fazendeiro afamado Criou um filho sem mãe Que encontrou abandonado Dizia para o menino Vai ser depois de erado Jagunço de confiança Pra guardar o meu costado Amor é pra gente fraca Eu mando e você ataca Quem não for do meu agrado Criou conhecendo ódio Sem conhecer a justiça Sem coragem pro trabalho E matava sem ter preguiça Era bem mais traiçoeiro Do que areia movediça O fazendeiro dizia Comigo ninguém inguiça Se alguém lhe desagradava Pro bandido ele apontava Podia encomendar a missa Dizem que o avarento É como saco furado Um homem já milionário Quase dono do estado Mas queria a fazenda De um sujeito endinheirado De conseguir sem trabalho Já estava acostumado Deu dez conto ao cangaceiro E disse, tem mais dinheiro Se consumir o Frajado O seu Frajado estava Na maior tranquilidade Quando chegou o bandido Carregado de maldade E disse, eu vim lhe matar Mas não é por vaidade É que meu padrinho quer A fazenda Piedade E pra lhe juntar os pés Me deu dez contos de réis Pode rezar a vontade O seu Frajado tremeu Mas pensou com precisão Esse homem por dinheiro Ele mata o próprio irmão E disse, eu dou mais cinquenta Pra ir matar seu patrão Mas só terá o pagamento Depois dele no caixão Pois era mesmo mesquinho Que foi matar seu padrinho Sem nenhuma compaixão