Lá nas terrinha portuguesas, Eu nunca fui um milionário. Por outras eu tenho a certeza Que eu nunca fiz papel de otário. Vim pra São Paulo de trambique, Pra trabalhar nuns biscatinhos Fugindo lá de Moçambique Saí da guerra de fininho. Montei depressa uma cantina. Especialista no tremoço. Abria a sete da matina Fechava na hora do almoço. REFRÃO (repete) Foi um fracasso financeiro. Arruinou-se o capital. Confiscaram o meu dinheiro Não pude ir pra Portugal. Mas Santo Antônio me ajudou. Ganhei no bingo vinte bi. Montei firma de aquecedores No interior do Piauí. Veio a falência me arrasaire E era cobrança noite e dia. E quando fui me suicidaire. Eu arrendei uma padaria. Já dependei uns cem franquinhos. Nas minhas mãos fiz até calo No Brasil ninguém bebe vinho. Só tomam o rabo do galo. Fui um fracasso financeiro Arruinou-se o capital. Confiscaram o meu dinheiro Não pude ir pra Portugal Tirei da manga outro valete Utilizando raciocínio. Abri lá na Alameda Glete Uma casa de lenocínio. A freguesia se esbaldava Com aquelas noitadas de orgia. Uns cem escudos eu cobrava, Já incluindo a companhia. Que dispaltério, ai, ai, Jesus. Fecharam-me a casa, que lástima. Porque dei nome ao rendez-vous, De Nossa Senhora de Fátima.