Mãe Eu recebi suas lembranças e me Senti uma criança ao receber sua benção Mãe Aí senti a realidade do quanto dói uma saudade e quanto sofre um coração Mãe Eu por aqui vou indo bem, eu por você rezo também, minha mãezinha santa que é Mãe Do silêncio que é seu grito, do seu amor que é infinito fiz minha profissão de fé Aqui é tão difícil a liberdade, só a injustiça e a falsidade andam passando os horizontes Mãe Aqui qualquer nervo de aço se transforma em mil pedaços pela rotina massacrante Mãe Aqui tudo é diferente, eu vivo em meio a tanta gente e me sinto só, com a minha dor Mas essa dor eu a transformo num sorriso, meu inferno em paraíso ao plantar na lama e colher uma flor Seis horas apaga se a luz de mais um dia Na tarde tristonha o sino tange momentos de orações - Ave Maria Tudo vai ficando quieto Só na cidade se ouve aralidos, burburilhos de carros, metros e sons coloridos Chegam com a gargalhada de uma criança E assim todo nosso ambiente vai se fazendo mais cercado e silente pelas muralhas da solidão e da desesperança Nove horas, a sentinela lá da sua guarita distante sobre um dos portões fortes e gigantes inicia o toque de silêncio em seu clarim O cerco da solidão vai se apertando à medida que as luzes vão se apagando Noite dos fantasmas e tenebrosa dali Mãe Tenho que parar, por que agora por aqui tudo é silêncio