(Vai passar mal) Telefone tocou, é a preta Troca essa caneta, a tinta acabou Eu sou a treta As ideia só iniciou Nosso bonde tá ligado, fechado, bolado Quer ficar de meio? Vai vai ficar de lado Fica de escanteio, o time tá formado O gol é certeiro, mulheres no anseio Acertou em cheio, comendo o recheio Na escola que aprendi não teve nem recreio Sem receio a reprovação, só de vacilão Sabe nem viver só se usar meu nome em vão Logo eu que tenho o mundo na palma da mão Sua língua precisa só de um caixão, há, só de um caixão Nasci mulher, pena que não sou puta Pode me chamar do que quiser, até de puta Isso não muda a minha conduta Sai de ré que eu não tô pra disputa Eu te assustei, não leva nada Rua que vim, mal assombrada 028 na caminhada, aperta o passo, bem avançada Como flip caso de sobra, volta pro YouTube e aprende a manobra Eu sou a rua e a rua cobra Cheia de cobra, cheia de cobra Cheia de cobra, cheia de cobra Cheia de cobra, cheia de cobra Fui convocada, cheguei inspirada Com as rima sempre calibrada O boicote passou e as dona formou Agora é nossa vez de botar o terror Sou rn, sou a rua, invadindo o seu cenário Tô tomando de assalto conquistando o meu espaço Sem baixar guarda pra macho, mando esse flow pesado Recheado de ideias pra deixar teu bico calado Aqui também é correria e não alivia Sou periferia, não aturo covardia Essa luta tem que ser por todos E não só flanelinha Sou zona leste, ligada nos verme Tô pelo rap e não pelos crash Vendo essa trilha que empolga os moleque Se liga seus cabra que o som é das peste Há, o som é das peste Já contei até dez, antes clonaram o que sinto Não passou coronéis Tomar assinando papéis Desçam até o chão e beijem nossos pés Mesmo que muitos nos xinguem de putas Infiéis, senhora dos anéis Rompendo a aliança, rasgando os véis Avisando desses befes Nossos bordéis têm crime Nossos bordéis têm creme Uns gemem de prazer ou dor e ranger de dente Lembra nós do rn, epidemiando gene Lembre bem dessas palavras quando cruzarem o rn Eu vim preparada fazer rap da quebrada Junto com a mulherada Sigo em frente, não perco a batalha É desse jeito, vamos prosseguir Queremos respeitos a todas as mcs Que a paz inunde o meu dom de cantar Eu vim pra brilhar e esse povinho não me atrasar Aqui é nordeste, rap potiguar Esse é o meu lar, onde tem coisas boas e coisas ruins Infelizmente é assim, mas enfim Eu vou seguindo o meu caminho, onde uso o rap pra evoluir Que a tristeza não faça morada, a felicidade venha pra ficar Eu tô pelo rap e nessa luta vou continuar É assim que tem que ser, fazendo por merecer Nós mulheres nascendo e fazendo acontecer Fazendo acontecer É foda fazer a sucção da alma na mira da alma párea De querer mandar em terreiro que não é teu Eu até curto tu por cima, só na cama e não na vida O foda é que nem assim você me surpreendeu E eu que sou mulher formada, tranquila, em tudo opaca Procuro me apoiar sempre em mim Da forma que me conheço, tanto tempo me conheço Isso nem é inovador pra mim E nada nunca veio fácil pra nós Deve ser por isso que eu gosto de ser difícil Minha mãe dizia, Deus te abençoe Mas faz tempo que eu não sei mais o que é isso Nada nunca veio fácil pra nós Deve ser por isso que eu gosto de ser difícil De onde eu venho é cada um por si Se tu não passar dos quinze Ossos do oficio, é vai, ossos do oficio Ossos do oficio, ossos do oficio Bota continência que a chefe chegou Botando terror em sua consciência Sua sabotagem não adiantou E com muito amor somos a resistência (Vai passar mal) Bota continência que a chefe chegou Botando terror em sua consciência Sua sabotagem não adiantou E com muito amor somos a resistência (Vai passar mal)