Meu canto é como o grito de um guerreiro Quando soa no terreiro Bota a gente pra dançar Na viola teço minha prece A beleza enriquecida de cultura popular E tento traduzir o som das matas Melodias que ecoam de outros tempos, sabe lá Se era batuque dos pretos Se era cantiga de índio, Ou se era voz de missionário a rezar Quero ver a raiz de onde nasce esse som Sentir na pele o tem desse país Os frutos de uma nova geração Meu canto é como voz de repentista Vai rimando em verso e prosa Tirando palavras do ar Ou como malandragem de sambista Fazendo partido alto no verbo a desafiar E sinto toda nordestinidade Assim como a negritude Que em meu sangue há... Quando ouço a batida da zabumba E o swing do pandeiro me chamando pra dançar