Mas quem será este gaiteiro Da cordeona voz trocada Da barba mal aparada E o jeitão de missioneiro Gaita, cordeona, cordeona, gaita Das mãos do taita que não tem dona Que traz à tona tanta lembrança Que não se cansa, que não se acaba Que fica braba depois se amansa Mas e o gaiteiro? Será tropeiro, será fomeiro Carreteiro, esquilador Alambrador ou domador Treme o candieiro Quase se acaba E a gente indaga Quem é o gaiteiro? A noite avança E segue a farra Xote e chamarra Ninguém se cansa China de trança, bugio, vaneira Valsa, rancheira Esquenta a dança Depois se amansa numa polquita Ah! Cordionita quanta lembrança Não há ninguém que saiba bem De onde que vem o forasteiro É missioneiro? Será fronteiro Do litoral, da capital? Será serrano? Será colono? Será biriva? E o ar se arriba no entrevero Água de cheiro com querosena Canha e morena, quem é o gaiteiro? Oigaletê, um chamamé na redoblona Gaita, cordeona Te agarra Tchê! Já ninguém crê que o forasteiro Seja fronteiro, ou seja o quê Qualquer um vê que ele é gaiteiro