Dou água à vontade pra zaina tapada E estendo a mirada no plano da várzea Neste ofício antigo de cuidar do gado Cruzo o vau do passo bem ao sul das casas Vou costeando a sanga até encontrar a cerca Recorrendo o campo campereio a vida De repente um bando de caturra invade A amplidão da tarde ensurdecendo a lida Quando prendo um grito e a cuscada bate Do banhado salta o gaderiu de cria Parando rodeio repasso os terneiros Já que a parição vem informando os dias Primavera linda que adentrou chuvosa Prenunciando pasto e graxa na boiada Se o verão for brando benzo a Deus eu saio Bem antes de maio com tropa na estrada Andava no rastro de uma vaca pampa Que abichou na guampa e se enfurnou no mato Hoje se topou com a precisão do braço E a volta do laço se ajeitou de fato Tiro tempo a fora num tranquito calmo Eu conheço a palmo esta imensidão O meu mundo é este, terra santa e buena Na sina torena vou viver de peão