Junto à janela florida, Ante a sombra mansa Da velha figueira Sempre que volto das tropas Meu olhar se topa Com a china trigueira E o baio parceiro de lida Conhece minha vida E o meu coração E sabe que naquele olhar Flutua um luar De amor e paixão Esse ranchinho barreado Fica no costado Da estrada que passo Ouço a cigarra estridente Cantar num repente Me roubando espaço O vento apagando as marcas Do casco do baio levantando pó Insisto de cabeça erguida Mas de alma ferida, Por viver tão só E foi num final de tarde Que fazendo alarde, Meu baio estradeiro Parou na frente do rancho E assim de carancho Tranqueou pro terreiro Surgiu da janela florida Dois olhos tão lindos Quanto a madrugada E o baio escarvando faceiro Ofereceu a anca Para a china amada. Que num relance de sonho Saltou da janela E montou num upa E o baio sentiu-se completo Quando meu afeto Pesou na garupa Hoje fico até enciumado E o flete estimado Me sacode a crina Quebrei o queixo de um mouro E baio de estouro, Regalei pra china