Te abre, gaita pachola Num compasso correntino Que este teu jeito teatino Traz um verso a bate-cola Leva os cravos das esporas Na paleta do destino Que o teu ronco é o próprio hino Deste povo que te adora Quando a poeira enreda os olhos Num chamame de fronteira Se alvorota a sala inteira No panejar do meu pala A china linda embuçala Um coração mal domado Num sarandeio carteado Ao som da gaita baguala Que parece criar asas Nas mãos do chamamecero Por supuesto bom gaiteiro De sotaque espanholado Neste trancão despachado Invade a noite sulina Do Uruguay ou da Argentina Traz amor contrabandeado Gaita potra roncadora Pelo grotão das hilheiras Desfilam aves cantoras E o vento das cordilheiras Tens o calor de um fogão Atiçado deste vento E o mais puro sentimento Das coisas do coração Quebro o cacho da saudade Domingueando um bem-querer Pois me gusta entretener A lembrança que me atrai De um sonoro sapucai Que abre o brete da garganta Num retoço de bailanta Nas barrancas do Uruguay