Por um descuido da alma Tua imagem chega prá mim Silhueta de luz da aurora Entre as flores do jardim Eu ando buscando um rumo Que abrande a saudade tua Teu riso de primavera Me vem na face da lua No azul da manhã sonora As aves são mais plangentes Há tanta vida lá fora E eu sou silêncio, somente Há uma ânsia dormida Nas cinzas da soledade Calando a voz da guitarra Que se vestiu de saudade Talvez por isso meu canto Já nasce meio embargado No meu rosário de penas Tenho sonhos sufocados E estas milongas eu canto Pra aliviar a solidão Porque os olhos da morena Moram no meu coração