Conheço uma véia história Que não sai do meu sentido Um menino sem pai e sem mãe No mundo ficô perdido Foi morá com um fazendeiro Home ruim desconhecido Pobrezinho reclamava Ante tivesse morrido Pra não sofrê aqui na terra Iguár um cão desvalido Fazendeiro era mardoso Só fazia judiação Chamava o menino cedo Pra lidar com as criação Saía embaixo de chuva Tempestade e trovão Já ia buscar o gado Lá no arto do espigão Seu gritinho com a boiada Sumia na imensidão Fazendeiro certo dia Lhe chamou de madrugada Vai buscar o meu burrão Que sumiu lá na invernada Só pôde encontrar o burro Depois de horas passada Fazendeiro foi atrás Com uma guasca bem trançada Matou o pobre menino De tanto lhe dá pancada Esse home pagou caro Pelos atos praticado Foi saindo de viage No seu burrão arriado Onde morreu o menino Seu burro foi assustado Ele caiu dos arreio E foi pro campo arrastado Nunca mais se levantô Ficou pra sempre aleijado Fazendeiro sem tê remorso De todo que fez pra trás E ouve a voz do menino Que vem lá dos matagais Quem morre sempre descansa Sei que não sofre jamais Deus não tirou sua vida Pois Ele sabe o que faz Você vivendo aleijado Tem que sofrê muito mais