Boiadeiro, por que partes? Seja sincero e conte a razão Pelo seu jeito eu tô percebendo Outra intenção Quem provou o pó da estrada Sem nunca tirá o laço da mão Não troca o sofrimento da lida Pelo prazer de outro rincão Amigo, eu vou partindo Deixando os campo onde eu fui criado Mas nos meus olhos o luar de prata Irá gravado Sei que mais não ouvirei O cantar de um galo apaixonado Nem berrante não esquecerei Chamando ao longe triste meu gado Bem sei que duro eu confesso Deixá o meu pingo estradeiro Mas eu queria que compreendesse Meus companheiro Veja meu peito marcado Pela chifrada dos pantaneiro Mas nenhum calô tão profundo Como a de dois olhos feiticeiro Não sei se o feitiço foi Ou se é abismo de uma paixão Tu sabe que pra lidá com boi Sempre fui campeão Na fama de laçadô O destino me pregou uma lição Eu entrei no rodeio do amor Laçado eu fui pelo coração Adeus cachorro campeiro Braço direito dos pantanais Quando eu partir não terei corage De olhá pra trás Já não canta os passarinho E os bois mugindo lá nos currais Parece que tão adivinhando Que o boiadeiro não vorta mais