Pai João No tempo de cativeiro Foi um fiel companheiro De confiança do patrão Nunca errou E também nunca mentiu Em terrível desafio Sofreu tanta ingratidão Pai João Fui seu fiel candeeiro Hoje eu sou o carreiro Do seu velho carretão Com sua falta Sofri muita desventura Minha mágoa não tem cura Quero a sua proteção Pai João Quanto mais a vida passa A velhice me abraça Choro sem consolação Quanta tristeza Vejo passar os janeiro Me aperta o desespero Como é triste a solidão Pai João Eu também já estou velhinho Trilhando o mesmo caminho Que andaste no sertão A minha vida É tão triste como o quê Mas o dia que eu morrê Quero ir com Pai João