Domador por excelência Trazendo um mango na mão Rebenqueando a própria morte Por força da profissão Ao esporear das paletas Até o ventre do animal As vezes se definia mais Xucro do que o bagual Mas domador que se preza Tem que valer a experiência E sova o lombo do bicho Domando potro e consciência Relincha, potro relincha Faz valer tua verdade Que eu conheço esta linguagem De falta de liberdade Montado na própria sorte Gineteou vida e paixão Tinha no apito um orgulho De nunca beijar o chão Na lida cotidiano Domando sonhos de amor Sempre gineteou de empelo Sem ter amadrinhador Tinha consigo um ditado Que não esqueço jamais Quanto mais conheço gente Mais gosto dos animais Foi meu pai esta gaúcho Cheio de vida e anseio E só houve uma maneira De ele cair dos arreios A morte que ninguém doma Veio buscá-lo afinal E hoje sou eu quem galopa Esta saudade brutal Já vi meu pai muitas vezes Com a tarde chegando ao fim Gineteando um céu de nuvens Mandando acenos pra mim