Todo dia, manhãzinha, toma ônibus lotado a marmita embrulhadinha num saquinho de mercado chega às sete no trabalho, bate o ponto, veste a luva põe a bota e o capacete vai virar massa na chuva Eh, vida de pião homem trabalhador veio pra cidade grande ai que saudade do interior Meio dia esquenta a bóia numa velha espiriteira arroz branco, carne seca e uma pinga de primeira depois volta pro andaime joga massa na parede outro gole na branquinha pra matar a sua sede Eh, vida de pião homem trabalhador veio pra cidade grande ai que saudade do interior Quando chega o fim da tarde bate o ponto, tira a luva tira a bota e o capacete não se importa mais com a chuva no saquinho de mercado a marmita lavadinha outro ônibus lotado chega em casa de noitinha Eh, vida de pião homem trabalhador veio pra cidade grande ai que saudade do interior