Eu nasci numa roça de milho Lá nos cafundós do sertão Quando eu tinha meus quinze anos Comia a mulher do nosso patrão O patrão expulsou nós da terra Nós saímos sem nenhum tostão O papai ficou bravo comigo E me apelidou de Mané Garanhão Numa outra fazenda distante A gente foi reajustado Meus irmãos e papai na roça Me puseram pra cuidar do gado Num domingo eu tirava o leite O fazendeiro chegou travado E já foi pegando no meu pinto Vi que o fazendeiro era viado Esse mesmo domingo saímos Sem saber para onde nós ia Em um sítio na beira da estrada Arrumamos emprego pra família E ali eu deixei o meu povo No Sítio Santa Luzia E parti para a cidade grande Fui viver só de putaria Como eu era um peão boa pinta Eu era garoto de programa A velhada partia pra cima Eu partia com elas pra cama E assim ganhei muito dinheiro Tinha carro, sucesso e fama Não respeitava o cu de ninguém Mas eu tava afundando na lama Tô vivendo na grande cidade Com uma moça rica casei Comprei o Sítio Santa Luzia E pra minha família doei Sou agora um grande negociante Nesse ramo eu enriquei Hoje sou cafetão de biscates Travestis, putas e gays